Vem a onda e traz a concha
Vem a moça e traz a si
Vai a onda e leva a concha
Vai a moça e leva o meu amor.
Volta a onda e traz o mar
Volta a moça e nada me traz.
Ó moça, tu que andas pela praia,
Aqui estou, não me vês?
O que sei sobre a moça que anda pela praia?
Apenas sei que é bonita, que gosta do mar.
Quando ela passa, fico feliz só por poder vê-la.
Seu nome, não sei; o que pensa, não sei;
Do que gosta, não sei; se gosta de mim, não sei.
Será que devo saber?
Devo arriscar perder toda a ilusão
E perguntar se é possível,
Se é possível que, algum dia, possamos ficar juntos?
E se ela não me quiser, o que farei?
Só saberei se tentar,
Ou será que prefiro viver na eterna dúvida?
Mas, quando esta moça passa,
Com os olhos a sigo,
Com o pensamento a acompanho...
Seu sorriso é como o luar que cai sobre o breu da noite
Seus olhos, ah! seus olhos azuis, são lindos,
Lindos como o pôr-do-sol à beira-mar.
É tão lindo quando ela sai do mar, com seu corpo molhado,
Seus olhos brilhando, seus cabelos ao vento,
E caminha em minha direção...
Ao vê-la, sinto vontade de abraçá-la,
De beijá-la, de dizer tudo o que sinto...
Mas não consigo, não sei me expressar...
Vem a noite e eu não paro de pensar nela
Vem o dia e, com ele, o desejo de vê-la
Vai a noite e tudo continua igual
Vai o dia e eu nada fiz.
Volto a pensar se devo tentar
Ou se devo desistir...
Ó bela moça, tu que andas por aí,
Não fujas de mim!
Para Ana R.
Obs.: Esse foi um dos meus primeiros poemas, e o primeiro dedicado a alguém...
Eu tenho um Eu verdadeiro que só Aquela que eu procuro pode libertar! - ainda estou desenvolvendo essa teoria...