Há de se ter serenidade para caminhar na noite
O lado escuro dos dias esconde criaturas nas esquinas
A canção dos grilos e o coaxar dos anfíbios sob a neblina
Densa escondem sua solidão revelada no uivo agudo dos coiotes
O som se propaga na noite contagiando os peregrinos
Enquanto o mar traz na água a fonte de uma vida reta
O luar com hálito de whisky faz o Homem virar menino
E conta suas vitórias e derrotas para bardos e poetas
Que o sal da noite nos dê forças na batalha sob o céu estrelado
Ou quem sabe oceano e lua sejam cúmplices das canções ardentes
Há um feitiço que se levanta trazendo um olhar doce e apaixonado
Dizem os versos que cedo ou tarde você se entrega num beijo fremente
Deus abençoe as criaturas da noite
Carlos Correa
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