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Poemas : 

O livro da estupidez em 100 actos - Acto 14

 
Um absurdo da língua é falar sem saber ler
Dar tempo ao tempo porque nada se passa
E andar para trás a apagar erros do passado
Chegar a casa, beber até cair e adormecer
Esquecer onde deixou a vida oca e devassa
E acordar três dias depois ainda ressacado

Isso sim é saber viver no limbo mais fino
No fio da navalha que nos corta e recorta
Que matreira nos vai fatiando no amanhã
No limite saímos abraçados a igual destino
De olhar fixo na estranha natureza morta
Que nos consome logo cedo pela manhã

A inocência do tolo mata como um pecado
A sua doce estupidez é o seu metrónomo
As suas pequenas mãos engolem o mundo
A salivar profere pragas extasiado, drogado
Tremem-lhe as entranhas e ele, monótono
Repete o discurso num silêncio vagabundo


A Poesia é o Bálsamo Harmonioso da Alma

 
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Alemtagus
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Enviado por Tópico
HorrorisCausa
Publicado: 27/05/2023 07:03  Atualizado: 27/05/2023 07:03
Luso de Ouro
Usuário desde: 15/02/2007
Localidade: Porto
Mensagens: 3038
 Re: O livro da estupidez em 100 actos - Acto 14 p/Alemtagus
olá Alemtagus

este "acto " deixou.me ébria...daqui a três dias, e, se
a ressaca permitir volto.

atenciosamente
HC