A chuva escorria lenta numa vidraça
Debaixo de um ribombar de trovões
A ventania cantada num tom grave
Calava os que voavam sobre a praça
Putos rebeldes das velhas gerações
A dançar molhados num olhar suave
Já nada é como sonhávamos dantes
Horas desdobradas em poucos dias
Esses tais em quatro curtas estações
Uma abraçada noutra como amantes
Lágrimas tristes roubadas às alegrias
Tanta música feita de breves emoções
As nuvens já não são tão passageiras
Exibem-se por ali moldadas pelo olhar
E insistem em ser o sonho de alguém
São escritoras rebeldes e mensageiras
Livros desfolhados a correr para o mar
Que se navegam em todos e ninguém
A Poesia é o Bálsamo Harmonioso da Alma