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Poemas : 

Solo de outono

 
 
Todos nós temos uma dor aguda e você quer que vá embora
Mas precisamos de um tempo para entender o outono
Ele não sabe que existe o verão sequer as flores da primavera
Pra ele sempre chegará o inverno não importa o que ele faça

Eu sou apenas um garoto errado que olha o mundo
De uma forma peculiar eu queria acordar o amor que dorme ali
No berço do outono ele não conhece o perfume das rosas mas eu sei
Que reconhece as cores elegantes das orquídeas que encantam o inverno

Mas levaram minha guitarra me deram uma caneta e
Eu não sei como fazer isso acontecer não tenho essa delicadeza
Se ao menos por gentileza eu tivesse minhas cordas construiria
Um arco-íris e te levaria para passear te traria de volta a infância

E te ensinaria a andar...

Sabe eu fazia magia com as cordas pelo menos me diziam
Acho que ia desenhar uma janela em sua parede e abrir os vidros
Só para ver você sentir o vento brincando com seus cabelos
Mas eu fiz algo de errado e minha guitarra não chora mais

Lembro quando o pranto que vinha das cordas
Tinha o holofote das estrelas apenas eu e elas
Mas não posso te ensinar a andar com essa caneta
Me perdoe sou apenas um garoto errado sem um solo

Quem sabe um dia consiga que acredite
Existem outras estações além de você e o inverno

Deus abençoe os solos de guitarra
Carlos Correa

 
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Correa
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Enviado por Tópico
Susi*
Publicado: 18/09/2023 22:25  Atualizado: 18/09/2023 22:25
Membro de honra
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Mensagens: 94
 Re: Solo de outono
Olá! Correa
Tem poemas que aquecem dias sombrios ou acontecimentos repentinos. Este chega a emocionar!
Agradeço a leitura


Enviado por Tópico
Sergius Dizioli
Publicado: 19/09/2023 00:24  Atualizado: 19/09/2023 00:24
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Mensagens: 2175
 Re: Solo de outono
O poema é todo de emocionar. Mas esta frase
Ele não sabe que existe o verão sequer as flores da primavera
sintetizou um pensamento que se desenrolou em mim uma sequência de conclusões: sim, o outono não conhece a primavera ou o verão e ele é o que é. Apenas. Com suas belezas e tristezas.
Claro que uma guitarra é uma guitarra, mas a caneta em tuas mãos não ficou em nada a dever.
Este teu poema, se me permites, traduzo assim:



Saudações.