Sou sombra de mim mesmo
Perdido na escuridão
Sou a luz do meio dia
Que cega na imensidão
Sou a névoa da manhã
abraçada na alvorada
Sou o fim de tarde quente
em dia de chuvarada
Sou um dia a mais, ameno
Sou a melancolia, veneno
Sou a alegria sem fim
que dura só um segundo
Sou o grito em silêncio
com a dor de todo mundo
Sou o vento sul no mar
fazendo a onda quebrar
Sou a vida sem sentido
soprando no seu ouvido
Poderia continuar
Dizendo que sou, e não sou
Mas o sono que me chega
Apenas digo: já me vou!
Souza Cruz