[O tempo é mercúrio cromo]
Sombras do passado, luzes do presente
Lágrimas guardadas no odre, sorriso ausente
Inocência rompida numa fusão imperceptível
Noção cegada nos braços do devaneio.
Rasga o peito num choro forte
Dissimula a fantasia cuspida na face da sorte
Uma luta entre o azul e o vermelho
Reflete o sembrente em frente ao espelho.
O tempo dita a ordem do que surge
Fere o que fica, carrega com o vento o que parte.
Poetras sangram no tinteiro, sofrem
Para agraciar a bela face da mãe poesia
Derraman palavras no sabor de uma tarde fria.
Guerreiros expõem suas peles a feridas,
São atingidos pelas faces insanas das tolices,
Sangram sob o sábio dominio do tempo
Esperando que ele transforme feridas em cicatrizes.
O tempo é mercúrio cromo
Firma o sol sobre feridas expostas na escuridão.
Apazigua o choro sempiterno.
Corrige o desequilibrio da dor no abraço terno.