A LUZ E A ESCURIDÃO
A LUZ E A ESCURIDÃO
- Eu nasci iluminada,
disse a Luz à Escuridão.
- E eu nasci antes do Nada,
disse a Sombra entusiasmada.
Era tal a competição,
que nenhuma das duas queria
se ver em menor proporção.
- Mas eu ilumino os caminhos
de quem anda sozinho,
disse a Luz, sem hesitação.
- Eu sou muito amada
pelos namorados,
disse a Escuridão.
Todos me procuram
quando estão apaixonados,
por que é na minha sombra
que vivem uma grande paixão.
- Mas eu também sou muito procurada,
ninguém vive sem iluminação.
E é a minha luz que todos buscam
quando estão sem direção.
Além disso,
eu costumo me transformar
em muitas cores
e isso me dá muita emoção.
Às vezes apareço após a chuva
e no céu formo um grande colorido,
à que todos chamam Arco – Íris.
Não existe quem não me admire
e eu causo muita sensação,
nesses momentos em que todos
apontam em minha direção.
- Pois eu ainda contesto toda essa explicação,
disse a Sombra com uma vaga sensação,
de que a Luz estava com a razão.
- Então vejamos quem é mais importante,
disse a Luz `a Escuridão.
Vamos sair juntas e ver quem consegue
vencer essa competição.
A Luz se transformou em um clarão
tão forte que todos pensaram
que era um trovão.
Então escureceu de repente
e todos ficaram na escuridão.
Foi um apagão, todos gritaram
e virou tudo uma grande confusão.
Somente quando a Luz voltou
e iluminou a Escuridão,
foi que as duas perceberam
que de nada adiantava
toda essa discussão.
Tanto a Luz quanto a sombra
tem lá a sua apreciação.
O certo é que ninguém gosta
quando o caos gera toda essa
confusão.
Débora Benvenuti
Quando o sol se por
Quando o sol se por docemente
e os últimos raios iluminarem o poente,
a tua sombra se projetará suavemente
em minha mente,
qual pássaro que adormece
assim que anoitece...
A noite estende seu manto
e nem percebe o meu pranto
que se desfaz como por encanto,
quando adormeço no meu recanto...
Delírios, sonhos, canções,
habitam cada cantinho do meu coração
e eu embalo esses momentos como
se fossem fragmentos da minha solidão.
A tua imagem se sobressai e se esvai,
sumindo de mansinho, a cada minuto
que transformam a minha noite
num eterno e imenso caminho,
onde não há espaço para o teu carinho...
Quando o sol se por em todo o seu esplendor,
a minha noite será eterna sem o teu calor...
Débora Benvenuti
As Lágrimas do Silêncio
O Sonho deslizava suavemente
pelo tapete mágico da mente.
Seus pezinhos delicados
estavam machucados
de tanto andar ao relento.
Fazia frio e o sereno da noite
era tão intenso,
que mais parecia um véu
salpicado de gotículas brilhantes.
O Silêncio adormeceu,
cansado de esperar pelo Sonho.
E quanto mais esperava,
mais cansado ficava.
Sabia que um dia o Sonho
estaria de volta
e o Silêncio poderia adormecer,
aconchegado ao Sonho.
E os dois assim apaixonados
viveriam novamente lado a lado.
O Sonho sempre aparecia
quando o Silêncio adormecia.
Era tão delicado,
que por onde passava
rabiscava palavras de carinho
na memória do Silêncio,
para que ele quando acordasse,
lembrasse de tudo o que haviam
sonhados juntos.
Mas muitas vezes o Sonho desaparecia,
cansado de ser só sonho.
E quando isso acontecia,
o Silêncio entristecia.
Ficava calado por longos períodos
e nem mais um som se ouvia.
As lágrimas do Silêncio
escorriam por sua face,
feito lâminas de aço.
E quando o Sonho aparecia,
o Silêncio se desfazia.
A lágrima que escorria,
Desaparecia...
Débora Benvenuti
A SOMBRA E A SOLIDÃO
A SOMBRA E A SOLIDÃO
A Solidão esgueirava-se pela estrada
e procurava um lugar onde pudesse
se abrigar,antes do escurecer.
Percebia que estava sendo seguida,
mas toda a vez que olhava para trás,
não via ninguém com quem conversar.
Precisava desabafar,
mas nem isso conseguia,
por que ninguém a queria escutar.
Seus pezinhos doloridos
estavam cansados de tanto andar.
A luz do luar fazia a imagem
da Solidão aumentar
e ela percebeu alguém ao seu lado
a soluçar.
A Sombra saiu da escuridão
e a seu lado foi se postar.
Era imensa, gigantesca
e aquela hora da noite,
parecia ainda mais sinistra.
A Solidão sentiu a presença da Sombra
que não parava de se lamentar.
- Estou cansada, estou confusa.
Mal podia a Sombra estas palavras formular,
antes que se pusesse novamente a soluçar.
Por onde eu ando,continuou a Sombra,
fico num canto esquecida,
quieta,calada,muitas vezes sem me mexer
e quem eu sigo nem percebe
a minha presença ao entardecer.
Quando a luz da lua reflete os meus passos,
muitas vezes eu assusto quem eu sigo
e ninguém percebe que eu sou apenas
uma Sombra amiga.
- Pois eu, disse a Solidão,
sofro muito mais discriminação.
Ninguém quer a minha companhia,
vivo só, na escuridão.
A Sombra então se aproximou da Solidão
e a envolveu com seus braços enormes.
Ficaram as duas quietas, caladas,
observando um raio de luar
iluminar seus corações.
Débora Benvenuti
A CONSCIÊNCIA E O CIGARRO
A Consciência e o Cigarro
A Consciência sabia
o mal que o cigarro fazia.
Mas isso não a impedia
de fumar um Cigarro
todo o dia.
Na carteira,
Uma frase advertia:
Fumar é prejudicial,
Causa dependência
e Impotência sexual.
Com o passar do tempo
a Consciência foi entristecendo.
Já não sabia mais
o que estava acontecendo.
O prazer que antes ela sentia,
aos pouco foi desaparecendo.
E quanto isso acontecia,
a Consciência ia entristecendo.
Sentia-se pálida e tremendo.
Seus desejos eram substituídos
pelo Cigarro que consumia.
E quanto mais fumava
mais percebia
que algo acontecia.
Já não conseguia
mais transar como queria.
Mas pensava que podia
tomar um Viagra
e o problema com o tempo,
desaparecia.
Só que isso nunca acontecia.
Tomar Viagra
já não mais resolvia.
Quem sabe tomar dois,
Fumar um cigarro depois.
Um pouco de álcool, quem sabe,
seria uma boa solução,
para resolver os problemas
que a Consciência sabia que existia,
mas que não admitia.
Enquanto o vício persistia,
a Consciência buscava no Cigarro
afogar as mágoas que sentia.
O Cigarro era seu Amigo,
disso ninguém discordava.
Ele era o companheiro inseparável
e dizia que ajudava.
- Se quiseres emagrecer
e mostrar a todos o seu poder,
dizia o Cigarro à Consciência
quando ela se sentia enfraquecer.
Fume-me até o dia amanhecer,
Jogue fora todos os seus princípios
Eu estou aqui e todos os seus
Problemas eu posso resolver.
E a Consciência assim procedia,
mesmo vendo o que acontecia.
Fumou tanto, até que um dia,
a tosse o acordou
quando o dia amanhecia.
A Consciência ouviu do médico
Tudo aquilo que já sabia...
Débora Benvenuti
A PRIMEIRA EDIÇÃO
A PRIMEIRA EDIÇÃO
A Imaginação acordou toda animada.
Desceu da cama afobada,
vestiu a roupa apressada
e saiu de casa bem cedinho,
quando ainda era madrugada.
Não se importou com o frio,
nem com a cerração
que deixava tudo embaçado.
Vultos se aproximavam
e a Imaginação ficava assustada,
com cada aparição que avistava.
Numa curva da estrada,
alguém apareceu assim do nada
e surpreendeu a imaginação,
quando ela ainda se aproximava.
O vulto se agigantava como uma sombra.
emoldurada pela cerração que aos pouco
se dissipava.
Era a sua amiga, a Curiosidade,
que a espreitava toda a vez que saia
de casa e como sempre acontecia,
ela mal se continha,
para saber os acontecimentos do dia.
- E então, Dona Imaginação,
aonde vais tão apressada?
- Tente descobrir, já que tens ouvidos tão
afiados e estás sempre tão bem informada.
- Diga-me uma só palavra,
respondeu a Curiosidade,
ficando cada vez mais agitada
e correndo atrás da Imaginação,
que carregava consigo os seus versos
mais antigos.
- Estou à caminho da Editora,
disse a Imaginação a sua amiga.
Mais alguns dias e poderás descobrir
todos os segredos que estive a encobrir,
e que agora todos poderão conferir.
A Curiosidade mal se conteve,
nem se despediu da Imaginação
e como sempre acontecia,
correu o mais que podia
e ia contando a todos,
que a Imaginação estava preparando
a sua primeira Edição,
e que muito em breve entraria em circulação!
Débora Benvenuti
A PRIMEIRA EDIÇÃO DO MEU LIVRO JÁ SAIU E SE ENCONTRA À VENDA NO SITE DA " CORPOS EDITORA".
http://www.worldartfriends.com/store/ ... nuti&submit_search=Search
O LIVRO CHAMA-SE " O ACENDEDOR DE CORAÇÕES" E USA SOMENTE A PROSOPOPÉIA COMO FORMA DE ESCRITA.
ESTE FOI O POEMA QUE DEU ORIGEM AO LIVRO:
"O ACENDEDOR DE CORAÇÕES"
Era uma noite gelada e fria,
em que o sereno da
madrugada caia.
O vento castigava a quem
não se abrigava da noite
que se prolongava,
como uma ave de rapina,
estendendo as suas garras,
até alcançar o raiar do dia.
Nessa noite o Amor
se compadeceu,
de todos aqueles
que não tinham um amor,
para chamar de seu.
Acendeu um candeeiro
e saiu na noite escura,
como um curandeiro,
procurando um coração,
que precisasse de um pouco
de paixão,
para dar vazão à emoção
que fazia eco em seu coração.
Andou por muito tempo
e foi acendendo todos os corações,
em que a chama da paixão,
o vento do tempo apagara.
Por onde andou,
só encontrou as cinzas
que a paixão deixara,
nesses corações que nunca mais
amaram e já haviam esquecido
o quanto o Amor os havia aquecido.
Acendeu tantos corações,
até que o fogo do seu candeeiro apagou
e com o vento como açoite,
voltou para o seu leito
e dormiu como nunca antes
havia feito,
nos lençóis amassados e desfeitos...
Débora Benvenuti
O Blog Falante e o Informante
O Blog Falante e o Informante
Quando anoitecia
e todos dormiam,
era hora em que
muitas coisas aconteciam.
Sem saber que era observado
O Plágio aparecia
e muitos poemas do Blog,
desapareciam.
No outro dia,
em outra página
eles eram postados
por alguém que dizia
que não sabia
de onde eles eram clonados.
O Blog sempre avisava
ao visitante mal informado,
que os poemas ali postados
eram todos assinados.
Mesmo assim,
eles eram copiados.
E quem os copiava
sempre dizia
que jamais seriam identificados,
Ao que o Blog respondia...
Vai nessa...Vai nessa...
Cuidado que estás sendo
Observada...
Clonar o que não te pertence
Pode ser muito complicado...
Débora Benvenuti
QUEM SE AMA SE TOCA
Quem se Ama se Toca
Não sofra por antecipação,
faça o auto-exame
para sua prevenção.
Quem se ama se toca,
não se esqueça disso
em nenhuma situação.
Mas se tocar só
não é suficiente
para uma constatação.
Para ficar tranqüila,
faça um diagnóstico
que aclare as suas suposições.
Se encontrar algo estranho,
quando fizer a apalpação,
como um pequeno grão
do tamanho de um feijão,
fique alerta.
Podem aparecer outros sinais
sem nenhum sintoma,
como algumas imperfeições
na pele que circunda a área da mama.
São indícios de um problema
que requer investigação,
mas que muitas vezes tem solução,
se for tratado no início
com muita convicção.
Basta fazer exames
para saber com exatidão,
se há uma possível formação
de nódulos.
Eles nem sempre são malignos
e podem se tratados com seriedade
pelo seu ginecologista.
Informe-se sempre que houver suspeita.
Procure sempre orientação.
Quem se ama se toca
e afasta para longe
a incidência desse mal
que atinge a nossa geração.
Débora Benvenuti[/b]
A IMAGINAÇÃO E O ECO
A IMAGINAÇÃO E O ECO
A Imaginação andava apreensiva.
Há muito tempo não conseguia imaginar.
Já se sentira assim um dia
e quando isso acontecia,
de nada adiantava chorar.
Seus pensamentos se confundiam
e ela não conseguia mais pensar.
Então saía a caminhar...
Seus passos a conduziam,
sempre ao mesmo lugar:
- O alto de um penhasco
onde podia a tudo observar,
até que pudesse se acalmar.
Parou um instante,
Ouviu o Silêncio,
Falou ao Vento,
Sentou no rochedo
e começou a soluçar.
Pensou que nunca mais voltaria
a se lançar no espaço.
Suas asas estavam gastas
e a impediam de voar.
Então gritou bem alto:
- Eu quero voar...
Eu quero voar...
E o som retumbava,
trazido pelo Eco,
e ela ouvia o que ele dizia
e mal conseguia acreditar:
- Eu quero voar soava tão nítido,
que algo dentro dela
começou a despertar.
Essa voz que ela ouvia
a incentivava a voar.
Então se lançou no espaço,
abriu as suas asas
e percebeu que ainda sabia voar...
Débora Benvenuti
A MURALHA INVISÍVEL
A MURALHA INVISÍVEL
Meus passos apressados
se perdem na bruma do passado.
Tudo o que eu havia pensado
hoje não tem mais nenhum significado.
Percorro as ruelas estreitas
do tempo e me vejo perdida
num emaranhado de laços,
treliças de momentos
adornados de tormentos.
Tento desvencilhar-me,
desfazer os laços,
caminhar sobre os meus próprios passos.
Mas vejo que por mais que o faça,
continuo presa numa muralha invisível,
que me prende os braços.
Te vejo do outro lado
a acenar-me,
com os olhos marejados
de felicidade.
São lágrimas que escorrem
na tua face,
misto de desejo e renúncia
de um amor que nunca poderá
se tornar realidade.
Débora Benvenuti