Poemas, frases e mensagens de Creep

Seleção dos poemas, frases e mensagens mais populares de Creep

Pensamento 01

 
Essa vida tem um senso de humor duvidável
Um caminho tão banal e cheio de repetições
Sempre traz um vaso falsificado admirável
E eu nunca sei onde e como fazer devoluções

Ontem fui ao mar e ele me trouxe mais uma garrafa
Outra com uma folha amarelada pelo tempo
Vi um oceano inteiro em silêncio sem palavras
E eu senti como nunca a força do frio no vento

Não tenho mais velhos fantoches para brincar
Sem meus trajes e fantasias psicodélicas
Passei a ouvir pessoas, grilos e as centopeias
E ver para onde todos tendem a caminhar

Nunca estive tão só com meus pensamentos
Nunca vi tão de perto a corrida em círculos
Uma era inteira passará em momentos
E cidades inteiras se convergem em hospícios
 
Pensamento 01

Pensamento 03

 
Chego nua ao espelho do meu passado com mil fios cortados
Resta um nó que não sei desfazer, ele era tão bonito quanto um laço...
De toda semana da vida metade de um dia passei ao seu lado.
De toda minha história já vivi três dias e me aproximo do quarto
Agora há uma sensação de enfastio das próprias memórias
Lembranças inúteis de gozo e desgraça das minhas histórias
Foi você só metade de um dia entre os sete que a vida nos dá
Foram três dias pra desperdiçar o tempo, agora só preciso descansar
 
Pensamento 03

Presságio

 
Presságio
 
Está tão lindo dentro do quarto, a luz do sol na janela faz uma pintura colorida na parede, há um coral afinado cantando ao fundo é de uma antiga igreja de madeira que fica perto aqui de casa.
A temperatura está amena, há um leve vento frio mas o meu cão dormindo ao meu lado me aquece, tenho um livro na cabeceira.
Nunca tive tanta paz num dia inteiro neste mundo, eu nunca estive tão só e tão indiferente.
Fiz bolo pela manhã, uma massa no almoço e agora estou contemplando este momento raro da ausência da perturbação.
Morrer deveria ser estar pra sempre neste estado plenitude, não há pressa e angústia nem algo que eu precise dizer, pensar e explicar para me fazer entender.
Está tão calmo quanto num filme de terror aquele momento de paz que antecede uma carnificina completa, ou aquele momento de reflexão sobre a vida antes da bomba nuclear explodir metade do mundo e alagar a outra metade.
Se eu demorar a escrever novamente talvez esse relato ântumo possa ser um presságio do fim antes mesmo que esse dia lindo acabe, ou só o retorno a falta de paz do dia a dia deste espírito perturbado.
 
Presságio

Pensamento 04

 
Só mais uma árvore
Folhas novas surgem
A orna flores e frutos
Ou folhas secas caem

Mais um dia qualquer
Madrugada e orvalho
Manhã de calor
O ocaso e a noite

Uma vida banal
Ninguém notou
Suas dores e glórias
Enfim expirou
 
Pensamento 04

Pensamento 07

 
Sinto falta de todas as mentiras
Na fase de desintoxicação
Sem café sem você
Sintomas fracos
De devastação
 
Pensamento 07

Sonho antigo

 
Naquele dia fatídico em que caiu o véu pudemos ver o que estava somente no plano de uma outra dimensão.
Naquele dia todos cavaram no chão querendo cobrir seu corpo frágil daquele imenso Dragão.

O céu não era mais o mesmo agora só tinha nuances roxas e laranjas na sustentação do firmamento, gemidos de medo e dor reflexo de uma sensação profunda misto de arrependimento e falta de amor

Não era possível compreender o espaço em torno de si mesmo nem comandar os passos firmes numa direção, tudo estava alterado nada estava como um segundo atrás desde a gravidade aos pontos cardeais

Havia um enorme buraco no chão de onde saia um som que tremia toda a terra levantando-a com vapores que consumiam tudo onde passavam como o pior ácido de corrosão, mas apesar de tudo fazia muito frio tanto que congelou todos os rios.

Fico feliz pois aquele fatídico dia medonho não passou de um sonho de 25 anos atrás que ainda não esqueci e acho que não esquecerei jamais.
 
Sonho antigo

Tolo

 
Ele partiu sem dizer adeus com a certeza de nunca voltar e hoje busca entre folhas secas um caminho para seu antigo Hades, é que a monotonia mata aos poucos nesse céu criado por mãos humanas e idealizado longe de coisas tão mundanas como a presença daquela mulher ladina.
Com arrependimento agora chafurda na lama procurando o antigo prazer ofertado sem nenhuma cobrança, tolo... agora açoitado pelos pensamentos, esfaqueado por expectativas vans, sangra frases mal rimadas ainda com alguma esperança de reviver lembranças.
Há um maldito espelho no quarto que mostra um tempo acabando, e uma ampulheta no rosto, e uma voz que atormenta ela diz que remédios não ajudam, tecnologias não distraem, que aquele carro não lhe dá mais nenhum poder, e a onipresença mais nenhuma vantagem diante da morte de sentimentos e momentos que não irão mais voltar.
Aquela esfinge transtornada quem ele busca que era como pintura com simetrias perfeitas, com um sorriso misterioso, foi escondida num antigo porão atrás de outros costumes abandonados, aquela que ele busca desbota atrás das paredes mofadas que destroem aos poucos sua beleza.
 
Tolo

Vida escrota

 
Estou seguindo pela a vida
E continuando sem você
Infelizmente não há muito
O que eu posso fazer

Tudo é sem sal e sem cor
O céu sempre é cinza
Não tenho muito amor
Já não há mais nenhuma tinta

As pessoas são estranhas e banais
Preocupadas com seus orifícios anais
Seguem cheirando suas próprias bostas
Eu sigo meu caminho de costas

Pra tudo isso e tanto faz
 
Vida escrota

Porcelana

 
Correr atrás do vento e se ocupar das coisas que parecem importantes até que toda sua vida passe...
E o engodo é nessa vida interagir com quem fala sem ouvir, com quem só pensa na resposta que vai lhe dar em cima das conclusões precipitadas
Todos estão assim com tudo, o julgamento deve ser analisado pela própria ótica parcial e pré concebida por uma tradição antiga ou pela política de vítimas dessa antiga tradição.
Ainda tem alguém presente na vida?
Ainda tem alguém que respira? Que olha pra cima? Que pisa no chão?
A impressão que dá é que cada dia que passa as pessoas dão dois passos a frente e dois mil anos pra trás, envolvidas demais consigo mesmas sem tempo pra errar evitando a realidade que as vezes pode ser decepção.
Tudo deve ser um belo sonho, deve dar inveja ser exemplo de bem sucedido, deve ser tão simpático e agradar e não se deve deixar espaço para reflexão, pra pensar se errou, pra mudar o caminho...
Todos devem mostrar orgulho a todos porque só o tolo não sabe exatamente pra quê veio a este mundo vão... meus dentes devem ter o branco falso como reflexo da minha alma, uma velha louça de porcelana cheia de lama.
 
Porcelana

Zero hora

 
Sensação estranha... eu sinto quando você me chama e sinto que você é meu

Mesmo quando parece que tudo se perdeu estamos aqui pra sempre

A vida é um loiping de emoções descontroladas que giram conforme Deus quer

Ora te esqueço ora me faz falta e sobreviver acaba sendo a prioridade

O sentimento intermitente sempre é a saudade
Que vai e vem quando quer

Te amo? Não sei... nem sei se me amo, mas há algo entre nós que não tem lógica
O que aflige seriamente alguém como nós!!

Sentimento que sobrevive como se tivesse vida própria o que comprova a relatividade do tempo
 
Zero hora

Carta 02

 
Meu caro amigo(a)

Tenho de fato muitas dúvidas sobre o amor, o que parece contaminar o mundo e as mentes, não me parece nada bom, é mais uma carência viciada, emocionalismos demasiados e sensualidade depravada (ou santa) e a pretensão de se possuir alguém e na visão mais “altruísta” deixar se possuir ou ser contemplado, enfim, de qualquer forma isso que as palavras hoje definem como o sentimento amor se tomasse forma de um animal qualquer se pareceria com um porco adornado com uma imensa argola de ouro no nariz.

Tenho dúvidas sobre o que hoje se entende como a palavra amor, tão mal usada quanto uma meretriz, reflete uma falta de paz de quem o tem, o inconformismo, veneração doente, mágoas e ressentimentos mesquinhos que enrolam as línguas de seus afetados numa fala esquizofrênica que não se compreende mais, mas que se fala em qualquer esquina.

Tenho dúvidas sobre como o amor deveria realmente parecer, se esse amor não for nada parecido com seu retrato falado, deve passar por todos despercebidamente sem nenhuma possibilidade de o reconhecer. Penso as vezes que o amor um dia foi uma taça frágil partida em mil pedaços e tenho a impressão de vê-lo aos cacos na mão de poucos, fragmentos em poesias, músicas, ações sem nunca distinguir como é sua “face”, outras vezes o amor parece evaporar e reaparecer de um outro lado como uma miragem.

Tenho dúvidas se amei um dia, porque o posto em prática foi o que me foi apresentado pela vida, uma versão doente conflitante que permeia os muros do mundo com o medo constante e a reafirmação de que há algo a ser preenchido, cultivado e praticado, gostava mais que não fosse um sentimento, queria que fosse como a respiração talvez, mas não o fiz assim, achava que devia ser um algo que trouxesse homeostase ao meu organismo e tão importante que eu simplesmente esquecesse que está ali.

Tenho dúvidas quando alguém me afirma que já amou com seus alardes, quase tudo que se vê é uma fantasia tão demente, ares de uma religiosidade autoindulgente pronta a demonizar quem duvidou ou invejou seu tesouro sagrado, penso as vezes que estou entre muitos zumbis que nunca se contestarão, todos certos das absolutas certezas que sempre impulsiona as massas, desta vez a de que se nunca amaram um dia amarão seja lá o que amar signifique.
 
Carta 02

Antialienação

 
Minha alma perambula as vielas do meu ser, ela cata as guimbas de esperanças ela trás nas mãos uma garrafa de sonhos fermentados.
A garganta leva um nó e o estômago amarga o desgosto que queima as vísceras das lembranças
O corpo todo é um desconjunto, os pés arrastam correntes muitíssimos pesadas de dias, horas e minutos estagnados
Meu espírito clama o fim deste despropositado tempo que tece suas teias em torno dos meus olhos
Tudo é enfado, tudo é pequeno, igual e medíocre, na calçada da vida me deito e passo meus dias vendo tudo passar tão rápido e repetido como um frenesi de futilidades
Não sei como vim para este lugar e pra que serve estar aqui tentando não alienar
 
Antialienação

Pensamento 02

 
Gira a existência com cinco movimentos
Roda que a todos faz meros mutantes
Seres nômades e na vida errantes
Náufragos dos próprios sentimentos

Há quem tente se sobrepor ao tempo
Fingindo não ver todas as estações
E na companhia de belas canções
Feche janelas e prefira pinturas

Difícil a estação das amarguras
Mais fácil por o relógio ao contrário
No doce beijo parar o horário
E na boca da vida por ataduras

Maldita roda mais forte que tudo
Levou consigo as noites de verão
Não pude parar as misérias do mundo
E não pude entender sua intenção
 
Pensamento 02

O último presidente agora é rei

 
É chegado o tempo do fim de tudo
Os trilhos tortos e enferrujados
E os barcos que vagam sem destino
Manifestam o inabitado novo mundo

Aconteceu tão de repente uma luz
Uma vibração, um zumbido forte
No céu trevas vinham do norte
Dividiam o firmamento em forma de cruz

Odor de enxofre forte queimava
Os olhos, as narinas e pairava
Junto da cinza que invadia frestas
Dos beirais das portas das casas

Então diziam é chegado o fim
Enquanto as aves caiam nos quintais
Lembrei do *corvo dizendo nunca mais
E também acreditei, melhor assim

Ligeiramente surdos isolados
Depois de dias trancados a ouvir
Gritos de socorro e gemidos abafados
O pensamento do medo do advir

Sobrou só o Brasil, depois que a pedra caiu
Em parte alagado, com céu cinza
Sem verde nem muito menos dourado
Com um novo sistema adotado

O último presidente agora é rei
 
O último presidente agora é rei

Tanto faz

 
A impressão de que não se é interessante o suficiente, importante para ser relevante sempre acompanhando a mente.
Ah aquela sensação de estar por estar ou tanto faz estar ausente, e ninguém vai notar....
Sigo esvaindo forças em vão tudo para viver uma vida fadada a chegar ao fim rápido e tanto faz, independente de tudo que se tenha sido já é certo o esquecimento da essência, da natureza de quem fui e ninguém vai notar.
Minhas emoções estão condenadas pelo tempo que justifica esse sepultamento pela falta de utilidade, jaz em bom lugar tudo de bom e de ruim que se faz seja mil anos ou um segundo atrás, tanto faz já virou passado e ninguém vai notar
 
Tanto faz

Romeus e Julietas

 
Cultivando as dores de um passado vulgar
com saudades de momentos promíscuos
eles seguem…

Tiram as cascas para não cicatrizar
E suas feridas expostas às moscas
criam vermes

São bichos, os frutos daqueles momentos
agora rimados com tanto esmero
e sentimentos

Fazem essências do cheiro de porra
da rachada fedida balsamo suave
e o céu aquela cama de zona

Falam que aquela foda mal fudida
agora, após a impotência
foi a melhor da vida

Putas e Putanos das sarjetas
nos versos sempre são verdadeiros
Romeus e Julietas

Viva a Poesia!
 
Romeus e Julietas

Pensamento 06

 
As melhores pessoas são as piores
Que as vezes tendem ao baixo calão
São esquisitas e fora do padrão
Não se prendem aos pormenores

Todos os tolos buscam a aceitação
Eles caçam bruxas e bananadas
Fazem justiça como as manadas
Vociferam ideologias e perfeição

As boas pessoas se comportam
Respeitam as leis são bons cidadãos
 
Pensamento 06

Do outro lado

 
Incrivelmente só vagando entre os becos da vida
Os que resistem enlouquecem aos poucos
Revirando os lixos do passado
Retirando as cascas das feridas

Observando os zumbis pelas paredes de vidro
Fora do mundo irreal onde tudo acontece
Perecemos sem nenhum tipo de abrigo
Sem tocar em nada que entorpece

Eu só gostaria de estar do outro lado
Vamos retornar ao começo de tudo
Antes do cern e do buraco negro
Dormindo como todo mundo
 
 Do outro lado

O fim

 
Quando tudo terminar, mesmo com tanto a fazer, vou deixar para trás coisas inacabadas mal resolvidas que sempre soube que não daria em nada... ah eu sei, que a brevidade da presença de qualquer um neste mundo parece uma crítica realidade fadada na qual não se faz esforço algum para sua consumação, mas o fim parece me uma atrativa solução da falta de provas de que um dia existiu sentido para todas as coisas tão importantes que cedo ou tarde serão sepultadas pelo tempo, por isso viver pra mim é praticar vaidade e ilusão, até os prazereres já sei, são fantasias fruto do medo de sentir dor, e o amor sempre nasce do medo de não sentir se amado, esses sentimentos para mim se encaixam como uma besta com deformação... enfim quando tudo terminar pra mim essa quimera chamada vida dará ao meu espírito paz.
 
O fim

Vulgar

 
O mundo ama os covardes
Com seus medos e frivolidades
O mundo faz bem sucedidos
Aqueles que olham seus umbigos

Quem tem medo de tudo
Tem o mundo

Ele diz:

Tenho medo!
Coitado de mim!
Fui enganado!
Sou tão ingênuo...

Por auto indulgência

O mundo recompensa o lixo
O verme que devora tudo

Ele pensa:

Tenho que saber, vigiar
Privacidade não tem lugar
É por boa causa

É por amor
Por saudades
Por ser sem saber
Muito vulgar
 
Vulgar