Tango de nós.
apenas o silêncio dizia que sim.
e a proximidade encoberta
o flanco
discreto
as mãos em procura
o olhar que resumia todo o desejo.
e nós imóveis, o flanco subtil prometendo carícias, silencioso. ousado o tato, o toque no limiar do proibido. o limite.
e todo o silêncio num grito
sem dor.
cores
dizeres-me,
com as minhas cores vestida, assim, qual
reflexo dos meus olhos
pensamentos, assim, nos sorrisos
de tão leve, tão natural
que pareces eu
não como eu
mas eu
por dentro e por fora
dizes-me e eu oiço-me
de Alma e coração,
a pertença.
o calor do silêncio.
o toque quente do silêncio
vestia-me
desembrulhando-me a Alma
[Alma
era o meu nome no silêncio dos teus lábios
ao vento
tocando-me e despindo-me
não sei se ainda Alma se já corpo
poderia escrever textos até ao fim de mim, só, sobre esse toque.
o teu inverno.
Stock
expulsei a chuva.
paredes fora,
sinto-a escorrer,
pelos vidros,
pela rua,
--- a minha alma limpa à sua passagem.
sei que o sol chegará, ali, naquela parede,
onde o caixilho de ti deixou o recorte amarelado de um "para sempre" quebrado.
de meu, resta o aroma prometido da chuva que me arrefece os pés.
de novo.
Vicente Romero
[encontrei-te à hora da torrada.
senti o granito do rosto adoçando-se com o meu olhar, fixando o meu chá.
em sílabas simétricas alongaste-te no meu sorriso e fiquei para ti.
para ti, a espera.
porque só vejo o que quero e embalo o que me faz sentir]
sensibilidades, enquanto aguardo as palavras
incontornáveis
Vadim Stein
não to escondo.
dói-me cada recusa como parte de mim que se perdeu.
sem nunca o teres sabido.
pensamento.
Victoria Ivanova
[as recusas.
são momentos de lucidez que apetece recusar]