a variação,
"(...)o coração em dois me partes. Jogai fora a metade que não presta, para com a outra parte serdes pura."
(Hamlet)
Ato III, Cena IV
em tresloucada descida íngreme
para o lado das asas que não sabem
a hora perdida, tão ilustre e sublime
o espaço imperfeito sobre passagem
mero desapego, essa conta implícita
que costumava dever saldo de dor
ao reino de sal, à tal letra intrínseca
quais meios devorados de outra cor
pé ante pé, a um templo de nadas
pé ante pé, o desejo e cura aliciada
que estende seu domínio sobre hoje
sobre todos os dias e sem controle
à uma oferta de determinar um nome
que não come, mesmo defronte à fome
de si, de si..
adjacente
"A vontade, se não quer, não cede,
é como a chama ardente,
que se eleva com mais força quanto mais se tenta abafá-la."
Inferno
(Dante Alighieri)
arrancar o coração
anestesia de pretender em vontade
de querer ainda mais, e.
retrocesso.
culpa casual e após-perante.
liberdade por exercício
equívoco.
nada.
descer os meus olhos
elevar-me à virtude que só eu sei.
cortinas de barro
de linho pesado e vertiginoso
eu vejo a hora da verdade por nomeclatura
eu exerço o preceito de ímpeto e substituir.
eu exijo alto
eu caio, também
preservar o pouco de ar
decifrar o eterno hábito de vida
incinerar a tempestade
eleger ao culto oferecido
adentrar em cartas infláveis
subir
voar e, daí.
...
o orgulho dos imperfeitos...
sobre eternas criações de si mesmos
em rumos adjacentes a se apresentarem
aos sábios de mãos dispostas por suplicarem
o tombo da cúria que preferi:
nos ensaios escuros em cena oculta e sem fim
eu encenava a dor em hora que a devolvi
eu era cego e não sabia de mim
...
arrancar o coração...
prever sobre o último conforto de perscrutar
aliviar os sonhos dela,
iludir com seus conceitos e desejos.
eu postulei a minha carne
eu decorri de minhas mãos.
completar o absurdo
submergir
mas, eu
não.
réplica de uma lembrança adulterada
"Ó musas, com o vosso alto engenho, ajudai-me; ó memória, que escreveste o que vi,
que se prove aqui a tua fidelidade."
(Inferno)
Dante Alighieri
hoje, e nas mesmas condições de a habitar
em queda da manhã incapaz de exemplificar
a espera e a vontade que não desce, sugeridas
a peça clara mais inscrita que já vida em vida
eu me voltei. esqueci o tempo de ter controle
uma tempestade, assim de longe, se me fosse
a névoa, ofuscando toda a sua cor enraizada
sem perceber à vista de chão que me deixava
era réplica por insensatez e vontade do corpo
era. a única casa que desespera-se além do fogo
em tiras incessantes que, até aí, eu pude desviar
era tarde, era cada vez mais um ponto de fugir
escapar em cena tórrida, qual estória que ruir
ou verdade em culpa da revolta crua pra ficar
permanecer, lá.
regras de portfólio, (para estúpidos e iniciantes)
"Quem és tu que queres julgar,
com vista que só alcança um palmo,
coisas que estão a mil milhas?"
(Paraíso)
Dante Alighieri
A melhor dança desses turnos
O espetáculo irreversível e noturno
Cai, demônio de cenas prostitutas
É a sua mesma lenha fria e inculta
Nada que te lembre, nada que te é
O esquerdo da sombra entre um qualquer
Nada é, pobre letra imunda! Nem ofício!
Pois seus lábios fedem e seu nome é isso
Atrás de todas as peles podres e infelizes
Jaz esse espetáculo interno de meras crises
Uma pá para enterrar o chão dessas tolices
A carne de flores murchas e suas diretrizes
Vai, gasta demanda de um poço sujo e ruim
Vai para puta que te pariu e cuspa-se, assim.
conflito,
"Com estas flores pensava, doce donzela , adornar teu leito nupcial e não espalhá-las sobre tua sepultura."
(Hamlet) Cena I, Ato V
Fossem, esses seus passos, brandos
Levitáveis, quais todos os mesmos sonhos
Fossem, as ruas e escadas, todos os seus ombros
Na metade mentirosa da boca e do escândalo
A ideia, quase incerta, revogada, retirada
Assim, de palcos escuros que restaram em si
Em vozes atemporais que tornam-se moradas
De propósito versado do que inexiste aqui.
Nem lembranças expostas em que eu te quis dançar
Nem lenha que queima o segredo de não te contar
Nada sem vezes é o que aplaude uma ilusão
Do lúdico programa em centenas de tentativas
Não importam que sejam linhas tão indevidas,
Eu só queria a pele que te rege o meu conto de "não's"
por inverdade.
por exemplo,
todas as noites frias,
"(...)Que anjos dêssem, cujos leves passos soam musicais.
“Maldito”, a mim disse, “deu-te Deus, por anjos concedeu-te
O esquecimento; valeu-te. Toma-o, esquece, com teus ais,
O nome da que não esqueces, e que faz êsses teus ais!”
Disse o Corvo, “nunca mais”.(...)"
(O corvo)
Edgar Allan Poe ( Fernando Pessoa)
Há. esta pira de olhos ferventes em redor
Todas as vozes são únicas e todas, uma só
Qualquer sombra que se deite pela parede
É. a parte da peça que encerra esta sede..
A corda balança, e a lâmina quase tem fim!
A imprecisão de uma coragem fria de mim
Mas eu tenho a minha seta! Eu espero, cá
E posso me mover por todos os lados de lá
Tudo que me pedem, todas as variações
A minha visão engana o medo que se curva
Aqui, não! Aqui não passará, filho da puta!
As palavras que desço aos lábios desta fé
E, é. ainda este caso de tombar e voltar, até
A mesma noite, seguidas vezes, sem exceções
E estará lá, essa noite..
E estarão lá, os meus dias-após.
(Eu sei, eu sei..)
estrela da manhã
"Com estas flores pensava, doce donzela , adornar teu leito nupcial e não espalhá-las sobre tua sepultura."
(Hamlet) Cena I, Ato V
]
estrela da manhã anunciada e pendente
eleva minha fúria por sobre todas as marés
inquira esse fogo que implico em lenha da fé
louva-me o nome em fome do caos residente
curva-me à vontade e me mostra o que posso
meu vento que derrubará as portas dela, então
eu quero o reino de todas as quedas em seu chão
dobra-me à presença e me completa esse voto
eu sei das minhas exceções e me ponho a rever
todas as vezes que ela gritar, tudo que venha a ser
eu quero a marca em seu corpo e a lima proposital
a única casa sem janelas e um ensaio de degraus
sobe.. desce.. não haverá fim e outra luz, não findará
deita-lhe fogo.. e devasta a prepotência de se povoar,
-
Vórtices
"O mundo é cego, e tu vens exatamente dele."
(Inferno)
Dante Alighieri
meia. essa sensação-comum além do fogo
qualquer tinta certeira a dignificar o coração
comprimir.. na vontade sem qualquer acordo
sem qualquer vício que me saiba em distinção
qualquer morada de uma estrela decadente
de repente, pode parecer algo melhor que se há
que a curva que não reconheço me faça presente
e que meus ohos vejam o seu dia repaginar
p'ra que não mais exista essa continuação
esse teatro deixado em quatro partes de pó
assim, e somente! um plano descrente e só!
da fileira sem os corações cheios de inclusão
da pilhéria que deitei em letras diminutas
a linha que trafega pelo nome dela, é avulsa..
e. de reles cenas prostitutas.
modus operandi
"HAMLET: Pode-se pescar com um verme que haja comido de um rei, e comer o peixe que se alimentou desse verme.
O REI: Que queres dizer com isso?
HAMLET: Nada; apenas mostrar-vos como um rei pode fazer um passeio pelos intestinos de um mendigo."
(Hamlet)
Ato IV, cena III
arrasta-se, logo atrás destes passos, e discute
arrasta-se. em sobremaneira de cunho e embuste
da pilhéria mais vil em que puder regurgitar
a célebre guerra que trafega, esfregando-se-á
a pincelada desta casta rudimentar não evolui
é balde de cenas trepadeiras em rosnar e não instrui
não aprende a andar, não pretende falar, mas morder
ei-lo, besta-fera. violado em quatro patas, desdizer
agora é palco onde traz solto, o veneno contumaz
a ira daquele que cuida da cuia onde um come atrás
e atrás da sua cauda pecaminosa, em nódoas, fará
a parte que tece em vil trincheira e mordiscar-se-á.
ei-lo, acúmulo! sob métodos de junco e sudorese
em escama dos seus restos do (tanto) que se parece
em prece dos santos retidos.
na alvorada de todos esses cantos.
"A megera"
"Escarneçamos a hora presente com uma bela aparência: um rosto falso deve esconder o que se passa num falso coração.”
William Shakespeare (Macbeth)
este:
degredo (uni)processual
é:
alimento.
revisão por morada-febre
à.
lua repleta de mensagens predicadas
à preferência armada..
posto,
que: desce.
refém.
cena-cerne ao breve amanhecer
e:
são esses dias acimados
(em corda pronta pra: desuso)
às porções impróprias pra consumo
à letra.
e que te diz um terço
pois,
ao pecado se tornou..
em,
fogo vencido
fumaça
ar-preterido
(vai!)
.
e
não é a fotografia por resolução
não a porra do não
não é o corpo
o meu esboço de centeio por este campo
mas,
aqui:
sobressai-se.
considera
é um palco de tragédias pra uma(só) megera
rifada
predicada
impura.e
apenas
a véspera cansada que(a) caiu.