
No fundo do tempo
Data 23/09/2009 23:12:52 | Tópico: Poemas -> Sombrios
| No fundo do tempo
Meus poemas são música que ninguém tocou São débeis sóis de esperança de criança curiosa São pedrinhas atiradas ao charco que a ninguém molhou Porque me queixo eu? De que estou ansiosa?! Tivesse eu outra forma de criação?! Bailarina talvez, exprimindo-me por gestos Mas a poesia é o meu mundo o meu chão Meus poemas são gritos, são manifestos. Sentimentos, lamentos e esperanças, neste chão verde A mão que dou, a palavra que deixo o que recebo e me afaga São água fresca onde mato a minha sede, Uma força maior que ninguém silencia, nem apaga. Estão prenhes de utopia por isso me chamam louca Um dia virá, eles serão o grito, a força da minha voz já rouca.
Calo-me agora, quando o fim está p'ra chegar Não resta nada, trago os dias cansados E o medo espreita no fundo do meu olhar. Cerro memórias que são já frutos frutificados. Falei do passado acreditei no presente O futuro calarei, fátuo fogo em que me apago A vida não passou dum jogo, correu apressadamente É bola de fogo, alegria efémera é dor que trago. Meus poemas, são minha existência a escurecer Numa solidão onde mais nada há a dizer. Fico tolhida no fundo do tempo a esquecer Quanto tempo a Vida me tira, sem eu o querer.
rosafogo
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