
“O homem que morreu no dia em que lhe morreu o amor…
Data 24/09/2009 13:45:14 | Tópico: Poemas -> Saudade
| “O homem que morreu no dia em que lhe morreu o amor…
Aqui jaz o meu mundo perante a ruína. À beira do abismo que se interpõe Entre a pedra morta de teu nome E a insignificante vida de uma flor…
Aqui deixo a lágrima de um cobarde. Mas não a minha, mas não a minha! Corre-me pela face e não é minha; Porque eu sou forte e não cobarde!
Aqui está o meu mundo despedaçado Encerrado em madeira podre Atulhado na terra que me há-de comer, Escoando as aflições.
Aqui jaz perdida a minha sombra. Aquilo que nunca fui! Pois morreu-me a esperança; Daquilo que eu podia ser.
Aqui te deixo neste dia sem sorrir Prometendo-te o meu luto constante, Daquele singelo instante Em que não te impedi de ir
Aqui te deixo as minhas palavras (Aquilo que ainda posso!) Vãs impelidas ao sufocante ar. Do um homem que te amou como ninguém o fez…
A amargura! A dor! Em nada descrevem As palavras que aqui se escrevem Eterno o nosso… “meu amor”!
Aqui jaz o meu corpo Em vão orando preces, De quem em já nada acredita Senão hoje o dia da morte.
De braços estendidos ao vento De lágrimas de um cobarde no olhar Grito ao mundo que não me ouve: “- Ó morte; trespassa-me também a mim!”
Logo ouço os murmúrios do fim E o meu mundo fende-se a meus pés. E agora triste sorrio; Pois finalmente a morte está em mim…
Eis chegada a minha hora, De vós me despeço meus irmãos Pois hoje meu amor morreu, Foi a morte que a levou Para um mundo só dela: “- Que hoje seja também o meu!”
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