
Amor,dor em fim esperança
Data 30/09/2009 16:43:36 | Tópico: Poemas -> Amor
| Dor: Canto a morte em sua ronda eterna, Quando me embalo no balsamo maldito.
Amor: Danço amor de pele nua, Como quem baila em delírios.
Dor: Não verei nada senão o salão ao final, deserto... E minhas pernas tremulam de frio.
Amor: Ao vazio preencho com meu ruído, Ao frio me trago em vestias de Sol intenso.
Dor: Sou filha das lágrimas... A noite é meu guia.
Amor: Então és irmã da alegria... À noite te guia, sim te guia. Mas quem te ilumina é a Lua. E eu estarei em ti até nessa hora Pois sendo Sol, tenho por minha esposa a Lua.
Dor: Não tires o que de mim já me pertence... O coração é inaudível aos seus cantos, Mas convém aos meus lamentos... Sou a rainha que tudo finda...:
Amor: Nada tiro tudo levo, Nada nego. Modifico, toco, trago e me apego... Se lamentos deseja... Então aos seus me uno, não tiro o som, somente os mudo. Se de fato és rainha, Então me prostro súdito. Mas dos meus impostos... arrecadará não só meus frutos, Carregarás em sua coroa Meus amores, miúdos, miúdos.
Dor: E o verdadeiro vilão, pois o mundo é cruel, Mórbido e inconstante. Tua inocência traz a todos a desculpa... E no final só lamento aos meus braços... Renego ti!
Amor:
Nesse mundo de crueldade, De moços e vilões, De morbidez e inconstância, A inocência e o perdão Nada, nada mais são do que nomes de danças. Se o lamento está em seus braços... Conduza como deves. Invada seu espaço, possua seu corpo, O mira no profundo do seu olhar: E eu dançarei ao redor, com a felicidade... Mas nada tema oh! Dor: Porque ao final do baile Serão somente seus meus ardentes lábios.
Dor: Escute o penar ao longe Meu delírio é constante Pois vem de mim meu filho rancor... Dançaremos então nesse baile de mascaras.
Amor: Oh! Dor desvairada! O que foste tu fazer? Avisei-te para que não desses ouvidos a mentira, Rolou nas dunas da loucura... E embrenhastes como um animal no cio, Agora me apresenta o seu rebento. Assim seja minha amada! Assumirei o seu pecado... O embalarei durante a noite, Mas o rancor carregará também meu nome, Será Rancor de Amor Perdoado...
Dor: Nunca fui somente dor, Já vi ao menos um dia a alvorada e seu entardecer... Es minha sina te digo... Suportar o que ao mundo não convém.
Amor: Já basta de sandices! O mundo nada nos traz... No mundo nós criamos, O que queremos buscamos. Calo teus lábios dolorosos, Tomo posse do seu todo, Possuo-te, Possuo-te, E te consumo... Afinal minha Dor, sou tua cura! É do meu gozo fértil, Que te banhas e se deita plena... Sussurrando que ao Amor, Somente a ele, entrega-se.
Dor: Tome de mim oque ainda é humano... Torne-me seu cálice... E te direi... Em um sussurro breve: Que um dia já fui tua... E hoje aqui me encontro. Um astro doido a boiar, Pela ânsia de te mirar em outros mundos... Querer-te e te querendo... Tornei-me o que me banha sempre...
Amor: Ah! Buscas-me tão distante... Quando me encontro em Ti, "verás-me em todos os olhares, ouvir-me-ás de todos os lábios" Dor repousas agora...
Seu Amor vela por ti.
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