
XII. Consorte da Lua
Data 01/10/2009 07:18:12 | Tópico: Poemas
| XII. Consorte da Lua
Quando os oceanos se uniram para acabar com a solidão… Vi que algo ardia em meu interior e me dizia para te procurar. Que o universo te havia criado para seres minha metade, e que o teu achado seria o meu mais precioso tesouro, e o bem que no mundo mais amaria.
Eu que sempre fui forte e que sempre criei fortaleza no musgo dos pinheiros bravos, na terra agreste das lezírias e na copa das mais altas árvores. Que sempre vi nos céus reflectido o azul do mar e nos meus olhos o azul dos teus, sem ainda te conhecer. Mas os ventos traziam aos meus ouvidos sons e vozes que desconhecia, e me falavam de ti, com palavras de imensidão e purificadas de incenso. E assim, soube que te haveria de achar, por entre o nevoeiro denso das manhãs, e que nos uniríamos um dia sob o manto estrelado, que guia os peregrinos.
Não me disseram, porém, que esse encontro me iria afastar do sol, para ser consorte da lua e viver para sempre na obscuridade.
Do Livro de Joma Sipe "Afoguei-me Em Ti" - Parte I - Os Dias da Criação Ou O Antes de Ti
|
|