Aos Mundopoetas

Data 01/10/2009 21:49:40 | Tópico: Mensagens

Meus queridos e amados leitores
monarcas e republicanos
protestantes e católicos romanos
senhor canalizador que no outro dia esteve lá em casa a consertar os meus livros editados
homens e mulheres dentro e fora de tempo
crianças no jardim das minhas estrofes
políticos sem sexo e caganeira.

Louvados sejam os meus críticos que resistiram à dor da minha dor
bibliotecários que não sabem em que estante me hão-de meter
senhora da loja que me baixou a baínha das calças velhas e assim poder continuar a usá-las.

Joaquim, obrigado pelo café do outro dia
pedro, que cigarro era aquele que me deste a provar, pá?
pai, amanhã falámos
mãe, o peixe estava bom
irmãos, guardem pelo menos o meu nome
isabella, desmarca a consulta
benfica, há muito que espero alegrias vossas!
doutor, algo me diz que o meu sangue está envenenado, ora confirme aí, por favor.

Cidade minha, qual é a tua?
ó pescador, que vai ser da tua vida quando os peixes voarem?
não digas nada, o futuro foi ontem.
ó índio, cede-me aí o teu cachimbo.
e se eu plantar os pés na terra, irei mais alto?

Meus queridos e desamados profetas
pensadores indecentes como eu
meu deus, desculpa aquilo do outro dia.
o meu país só chora, por que será?
digam-me na cara quantos anos afinal tem o mundo!
que raios afinal é um raio?
um dia o touro vai ganhar...
sentem-se à mesa que eu quero-vos dizer.
minto, na verdade não vos quero dizer nada.
niente, como dizem os italianos
apenas que aguardem um pouco nos vossos lugares
nessas poltronas onde a solidão reina com a sua coroa de alfinetes
mas não estranhem se a música tombar
ou se um fio de terramoto vos provocar enjoo
é que, pronto, vou ali cortar o fogo e volto já!



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