
«A cor do vento...»
Data 03/10/2009 22:44:11 | Tópico: Poemas -> Fantasia
| Diante da sua tela, Pega a paleta o pintor Para pintar o vento... Será que o vento tem cor? Que para poder definir Será preciso saber, O que o vento é então? Apenas ar em movimento, Que resulta da diferença, Da diferença, de pressão, Que faz o ar deslocar Quando muda de lugar... Que vai da brisa ligeira Ao violento furacão... Mas afinal, meus senhores... Se assim é, quais são as cores Que o artista ali vislumbra? Se ligeiro, na penumbra Um leve tom de cinzento. Suave e brando esse vento Que nos convida a sonhar... Mas se o dia clarear Em manhã fresca e suave, Essa brisa matinal Deixa no ar afinal, Talvez um tom de azulado, Dum céu limpo sem ter nuvens... Anti-ciclone dos Açores... Não há vento, não tem cores, Lá se perde a ilusão, Da ligeira sensação, Da leveza no pairar... Mas se em vez disso a "borrasca" Duma gélida invernia, Virar forte tempestade... Qual a cor que de verdade Tem o vento aos nossos olhos? Vento que arrasa ao passar Tudo aquilo que encontrar... Será negro, ou talvez não? Depende da sensação, Do sentir de quem tiver No seu caminho fatal... Desse vento que ao passar Tudo destrói afinal... Mas será que no deserto, Em tempestade de areia, Vira amarelo ou lá perto? Numa cor dita tão quente, Pelo calor que a gente sente, Pelo sentido da visão? Talvez sim... ou talvez não... Porque afinal meus senhores Isto do vento ter cores Não passa de uma ilusão... E se for na Primavera, Quando despontam as flores? Um ventinho de quimera, Que poderá ter mil cores... Cores que também eu quisera Em um sonho vislumbrar... Mas que afinal o pintor Não lhe conseguiu dar cor... Só talvez seja o poeta Na sua imaginação, Possa alcançar tal meta, Com um pouco de inspiração...
Poema vencedor do troféu "João Augusto dos Anjos", por ter sido o primeiro classificado no XV FESERP - Festival Sertanejo de Poesia, Brasil. Por ter sido classificado, fará parte do livro "ANTOLOGIA POÉTICA do FESERP - Volume VI.
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