
Morta desde o dia que nasci
Data 04/10/2009 14:52:39 | Tópico: Poemas
|
Sinto sombras a correr-me nas veias, a estalarem nos pés imóveis Sinto a maldição a lacerar-me a carne este corpo que o tempo corrompe devora em cada palpitação,a cada indício.
sinto-me condenada afundada na lama e na ferrugem, em lamaçais pútridos dos gritos indomáveis ao caos, ao violento crucifixo, ao brando alento espetados nas entranhas estranhas com cicatrizes cozidas a suturas felizes.
recompõem a dor equilibrando-a rodopiando-a abstraída no umbral da minha in-consciência.
Ainda que os invoque como santos desígnios sobrevivem à minha própria história, à minha in-existência desde a alvorada em que nasci.
Como uma arma encostada disposta ao alcance de um tiro silencioso certeiro expectante, a dois passos do precipício tão perto a precipitar-se.
"de altyum ad profundis" (das alturas às profundezas)
|
|