A Carta Que Nunca Te Escrevi ou a Simples Confissão do Meu Maior Crime (Parte XXVIII)

Data 12/10/2009 15:20:18 | Tópico: Prosas Poéticas

No dia em que o tempo parar quereremos todos ouvir o vento a embalar as ondas do mar enfeitadas de gaivotas e as árvores a jogarem folhas umas às outras, como crianças reguilas no intervalo da escola. Parará todo o amor que tenho para te dar e ficará por ler a outra metade da vida de cada um de nós.
Se esse dia chegar, o tal onde o tempo quer parar, não chorarei mais, cegarei em todas as cores, esquecerei todos os pensamentos, apagarei todas as caras da minha memória, menos uma... a tua, porque se há coisa que o tempo não pára é o que temos entre nós, o que nos uniu quando o tempo corria mais depressa que o vento, que bailava louco pelo mar adentro e assobiava melodias que ainda hoje sabemos de cor.
Se algum dia ouvires dizer que o tempo vai parar nada receies, pois se tal acontecer, prometo-te, correrei mundo para saber quem controla o nosso tempo e fá-lo-ei voltar atrás.


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