Quarto-Mundo

Data 15/10/2009 16:04:19 | Tópico: Poemas

A luz caída
depois do cego ruído da luz
chega lenta em lusco-fusco,
aos Seres noctívagos que despertam
já sem os tórridos cansaços do dia.

Convido-te para a fresca sombra
onde podemos despertar os silêncios,
interrompidos, iluminados, escutados
nas nossas veias a romper.

Olho-te, e vou sentindo-te sem sobressalto
a imagem do teu corpo agitado,
a convocar, oclusos remoinhos
ao fundo do espelho.

Falámos de uma vertigem imprevista
de uma paixão criada para além da morte
do todo o aroma que se espalha no ar
dos trevos em flor.

Agora que tudo se distanciou, regressámos
famintos e ofegantes,
ao inicio do caminho,
à fresca sombra do nosso “quarto-mundo”.



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