Requiem For My Soul

Data 16/10/2009 15:32:12 | Tópico: Poemas

Requiem For My Soul

Requiem For My Soul
Requiem aeternam dona ei, Domine,
Et lux perpetua luceat ei.
Te decet hymnus, Deus, in Sion,
et tibi reddetur votum in Jerusalem:
Exaudi orationem meam,
ad te omnis caro veniet.
Requiem aeternam dona ei, Domine,
Et lux perpetua luceat ei.


Hoje não mais quero adulações de quimeras vãs com que inebrias o meu sentir,
Hoje não mais quero sonhos alterados de névoas preenchidos,
nem flores brancas adornando minhas pálpebras,
Não quero o sentir dos ventos, nas imensidões rasgadas das planícies infinitas do meu olhar,
Não mais desejo insanas loucuras, inundadas de ilusão ou marcadas pelo tempo.
Quero sementes nos campos da minha Alma plantadas e dizer-te da época da colheita,
Quero banhar-me no luar e deslizar vazio pela imensidão do espaço,
Em noites de maresia, em que o odor do mar vem beijar-me à noitinha e durmo com as cigarras, na solidão de mim mesmo,
Quero olhares negros e de Paz vestidos, para apaziguar as minhas batalhas interiores.
Dá-me a ti, saceia a sede de prazer que dentro de mim habita,
Deixa que a loucura do sentir se apodere do meu ser e que eu arda em labaredas de paixão,
Deixa que me consuma no olhar manso das feras e que eu fuja mais uma vez à insana Luz que teima em brilhar sobre mim.

Desejo os afectos bruscos, inebriados de guerra atroz,
Já que em mim não mais nascentes de águas puras e cristalinas brotam,
Nem pequenos laços de eternidade se unem,
Morra de uma só vez aquele sentimento obscuro,
E renasça
Em mim
Mais uma vez
A esquecida bruma dos tempos rasgados, lançados ao vento,
Longe das memórias da minha infância perene,
Onde tudo morre,
Onde tudo vive.
Dentro da minha própria pele.



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