Tardes de outono
Data 20/10/2009 15:33:36 | Tópico: Poemas -> Esperança
| Às vezes, nestas mudanças De vida, estações, De tempo, aflições, De rumos, situações De trabalho, posições...
Sentimos uma sensação No peito, de opressão, De tantas horas insone, De um soluço, um golpe infame, Em sonhos ou pesadelos, o que quer que reclame...
Nos dedicamos afinal a estas causas Sem sequer ter espaço para pausas Insanos dias, semanas, anos Consumidos, amargos, esquecidos e não foram nada amenos...
Se do trabalho, se busca alcançar felicidade e prazer A quem se destina, Este nó que desata Da gravata jogada ao canto, Em um franco desatino.
Se a força de outrora, desfeita agora, Em vozes que não se fizeram ecoar, Em lamentos que não se permitiram chorar, Em melodias que não se deixaram tocar, Em poesias que não se fizeram declamar.
Labutando nesta reestruturação, Onde ao norte, se encontra e se concentra o poder E ao sul se perde o sentido do querer O que defendemos, a quem de fato se destina, Esses atos, gritos e revoltas, em cada esquina.
Sabemos o que precisa ser ainda feito, Lutamos pelo que nós acreditamos ser perfeito, Mas ao ciclo vital não se esquiva o ser Sua lança fatal não tarda a ferir e, da ferida brota o novo ser...
AjAraújo, Outono, 2002
|
|