-Prelúdio-

Data 23/10/2009 00:22:01 | Tópico: Poemas

O singrar, ao peso d’âncora, sucumbe;
O sorriso (chama breve) apaga-se
Ao sopro de um vento que se incumbe
De desvanecer tod’esse deslumbre:
O orgulho que por hora agiganta-se.

Pisoteias àquele que te serve
Como se as próprias mãos secionasses;
És todo poderoso nessa verve
Que humilha, esnoba, desmerece e ferve
Sobre o fogo da soberba em tua face.

Estufas o peito, seguro e arrogante
Por teres a chave que te abre às portas.
Caminhas zombeteiro e triunfante;
Nem percebes que és prelúdio agonizante
E que serás, amanhã, lembranças mortas.


Frederico Salvo

(republicado)


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