Juro que não morrerei

Data 26/10/2009 08:17:34 | Tópico: Poemas



Já reguei a planta na sala e coloquei as chamas acesas dentro da lareira.
O Inverno chegou.
Dei por mim nos campos de milho que regavas para a ceifa.
As águas límpidas e claras das manhãs davam luz às violetas no crepúsculo e agonizavam de saudade.
Aqui jaz no céu o premonitório claro do templo imenso da Luz Interna.
Aqui jaz minha vida tirada da imensidão absorta das noites sem dormir na imensidão dos corpos e das madrugadas.
Do norte ouço trombetas que clamam o meu corpo, do sul as estrelas já nascem só para mim.
Agarro as noites cercadas de cetim e seda negra. Mato quem superar os sentimentos e disser que esqueceu o amor.
Já nada regressa da imensidão perdida dos sepulcros.
Hoje não me esqueci da água para regar o jardim.
Apesar da chuva que caiava nossas faces, vi tudo o que podias ter feito e chorei.
Não mais ventos, acalentados pelo perdão, jazem nas aldeias claras dos meus sonhos, agora, que tudo se desvaneceu no tempo e vieram as ideias fazer destroços nos recifes da minha Alma.
Juro que não morrerei. Jamais morrem os eternos.



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