Não, Anarda, Não sou!

Data 27/10/2009 22:49:11 | Tópico: Poemas

Não, minha doce amada... Anarda!
Não sou nem um vil camponês.
Tenho sítio e boa renda por mês
Para te cobrir das jóias mais raras!

Tenho pomares, animálias e hortaliças.
Vê a silhueta dos montes? Tudo é meu.
Mas abdico de tudo pelo peito alvo teu
E por um beijo em tua boca purpurina.

A casa que tenho é grande e avarandada
De onde veremos o sol nascer e fenecer
Sentados na escada, minha linda Anarda,
Sem intenção de nada do mundo. Nada.
O mundo ser, amante amada, só eu e você.

No fundo do nosso quintal tem belo regato;
Farto; flui musicalmente em todas as estações.
Ali nos amaremos a sombra de um carvalho,
Testemunha única dos tantos enamorados
Que já lhe riscaram o tronco com mil corações.
Lá, Anarda, já estão nossos nomes gravados,
Dentro dos riscos cuneiformes entrelaçados:
“ Anarda e Pompeu... Eternos namorados!”



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