
TATUAGEM
Data 29/10/2009 18:39:30 | Tópico: Prosas Poéticas
| A casa estava habitada há pouco mais de um mês. A noite trovejava pecados velhos, e eu, encolhida a um canto, petrificava de pavor. Gentilmente, a tua mão levou-me à janela e, numa voz firme mas doce, tentaste chamar-me à razão do fenómeno. Carinhosamente, explicaste tudo tim-tim por tim-tim: as faíscas, os relâmpagos, os choques das nuvens. Escutei, ausente. Como me estava a saber bem aquela tua ternura...o teu braço protector nos meus ombros... e o teu cheiro diluído na brisa enfurecida era ainda mais doce! Amor, sabes que a ciência sempre me aborreceu! Do que eu gostava mesmo era das tuas explicações, tudo era simples e mágico na tua voz! A cadência das tuas palavras tranquilas serenava-me a alma. Foi nesse momento que surgiu a mais profunda revelação: Tu estás ao meu lado! O que recear agora que somos indivisos? Subitamente, dissiparam-se os medos e até as trovoadas se tornaram melodias jocosas dentro de mim.
Hoje, sozinha na nossa janela, acolho os troares das nuvens com nostalgia e doçura, porém jamais assustada. Contigo tatuado no meu coração não há espaço para medos. Só amor desmedido.
Nesta data tão especial tinha que te beijar um Olá!
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