
Àtomo perdido
Data 30/10/2009 00:22:53 | Tópico: Poemas -> Sombrios
| ÀTOMO PERDIDO
Meu rosto enrugado é mapa da minha vida Vida que pulsa num mito de esperança Esperança que surge do nada e se esvai perdida Perdida, deixando-me desvalida, como pobre criança. Criança cuja imaginação é feita de sonhos e quimeras Quimeras que esboçam este frágil poema de liberdade Nesta memória que recua até outras primaveras E que me deixa numa incomensurável felicidade.
Mas é quase sempre a angústia, que ganha terreno E logo me deixa barco desfeito em tempestade No silêncio das minhas noites o coração fica sereno E é testemunha presente, quando assola a saudade. Sinto o que resta de mim um àtomo perdido Sinto-me réstia dum dia a chegar ao fim Sinto-me resto dum futuro esquecido! Liberto meu grito, para que a Vida não esqueça de mim.
Quantas incertezas no meu pensamento Solto as minhas esperanças aqui e agora Nesta procissão de palavras, deixo meu lamento E parto à procura dum novo dia, duma nova aurora. Eu que fui terra semeada, sou agora terra devastada Mas como posso lutar contra a corrente? Dou livre curso às lágrimas se me sinto malfadada Deixo ao destino o rumo e sigo em frente.
Meu rosto não sabe, nem vai jamais lembrar O espelho que o namorou e na distância já se vai Ilusão fugaz, é agora remanescente que o vem sossegar, Também um resplendor fingido, mas a vida já se esvai.
rosafogo
Este poema,é mais recente, nunca o coloquei por achar que é demasiado longo, mas hoje ao lê-lo achei que não era feio.
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