POÉTICA DO AR

Data 30/10/2009 21:12:06 | Tópico: Prosas Poéticas

Respiro o ar com força. Como soprano, a dilatar o canto. Rente aos olhos, duas lágrimas largadas. Vidradas no embassar dos sonhos. Eu vejo que a vida me encobre. Como terra roxa em dias de chuva. E o silenciar das pedras, as mesmas que me foram jogadas na face. Ah! são tão doridas... Despi-me de mim mesma naqueles dias! Que nem sei se fiz de mim escudo, ou alvo certo. Respiro o ar na sincronia da palavra. Da maldita palavra que me absorve o fígado. Me faz amarga e tão terna... Não sinto os pés, não sinto nada, sinto apenas que levito sem rumo.


Ledalge


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