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Data 31/10/2009 22:40:20 | Tópico: Poemas

Olhos que olham agastados, no momento
Em que o dia se ri para a noite fria
São os meus, olhando o nada, quem diria
Que estou estática e tísica no entroncamento

De uma era descabida, digam-me que é feito
Do alento, que germinava na seiva que corria
A fé e contra fé das gentes simples, ouviria
Eu…um grilo a cantar, o seu canto contrafeito

Perdida a meio caminho, o nada e o tudo
Apetece-me gritar, não sejas surdo
Ouve o grilo que canta, é a voz do mundo

No choro da criança, como é absurdo
E eu lambuzo-me agastada mente
Não vejo, que a noite não é noite, caí no fundo…

Antónia Ruivo



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