Alma desperta

Data 01/11/2009 10:21:30 | Tópico: Poemas



Não oculto a porta fechada, na última morada,
nem a catedral em chamas, ruínas, desconhecimento,
nem o claustro encharcado, das chuvas do Verão,
nem as chaves quebradas, na entrada do teu estranho reino.

Não desconheço a parte, da tristeza obsoleta,
alienada no canto de um armário fechado,
nem a candura olvidada, na arma de um soldado calado,
nem a batalha feroz, num campo sem guerra,
nem a carruagem veloz, de um barqueiro rumo a terra.

Não me canso na miragem, nem meus olhos nos teus,
não me abro na passagem, nem depois de um adeus,
não sonho nas noites mal passadas, nem na espera por ti,
nem nas amarras das folhas caladas, que piso no jardim.

Não me conheço, sou estranho, via láctea infinita,
asa torpe, desperta, piano desafinado, na música da vida,
nota solta numa pauta em chamas,
alma desperta, pelo nome que me chamas.



Este texto vem de Luso-Poemas
https://www.luso-poemas.net

Pode visualizá-lo seguindo este link:
https://www.luso-poemas.net/modules/news/article.php?storyid=105221