Espectro

Data 02/11/2009 14:58:56 | Tópico: Poemas

Desperta-me
uma lembrança pequenina e frágil,
teu gosto de homem pulsando lento
em minha boca agora sem cor.
Toco-te ao tocar o vazio
e é tão fria a tua pele
longe daquele momento.

Da janela vejo que a noite se estende,
também morta,
encharcada de anseios
que jorram, aos pares,
dos meus olhos.

A cambraia branca
que divide comigo a pele
empresta-me um ar de assombração
enquanto rendo-me à chuva
que bate macumba no telhado.

Agora que sou personagem novo
de um livro sempre fechado.



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