Eu e o tempo (nossos nós)

Data 02/11/2009 15:15:50 | Tópico: Prosas Poéticas

Eu e o tempo (nossos nós)

Cobra-me o tempo, traz seu carnê.
Requer a senha, quer invadir o meu segredar...
Peço que ele não conte, contabilize,
Que zere a conta, eu nem preciso de descontos.


Carrega consigo o tempo atroz, uma Nota de memória,
Fiscaliza, confronta,
Sem datas, ou prazos de validade,
E pede-me recibo, sem conferir sequer...
Demanda também segunda via,
Ainda que seja a verdade uma via única...


Ah Senhor Tempo das escrituras,
Das escrivaninhas, das tintas...
Secou minha caneta-tinteiro,
Foi-se a muito o mata-borrão
E agora?
Pode ir então,
Depositarei teus requeridos,
Vai, e fecha o pedido.


Roga-me o tempo uma chance,
Peço a ele uma margem,
Quero consignar o que sobra...
Quero um bônus...
Ônus, que seja para nós dois...


Tempo, resumo de gastos...
Tempo, perdido ou ganho,
Presente ou atrás
Tempo que parcialmente, me rende...
Abona o dano, sem nada glosar...


Tempo que me compreende...
Relação que ascende...
Eu e o tempo...
O tempo e eu...
Nós... Com ou sem nós
Atados ou não,
Nós,

Anônimos e Ilimitados...



Este texto vem de Luso-Poemas
https://www.luso-poemas.net

Pode visualizá-lo seguindo este link:
https://www.luso-poemas.net/modules/news/article.php?storyid=105351