Você e o nosso universo

Data 04/11/2009 23:08:01 | Tópico: Poemas -> Amor

A janela bate com violência.
Ecoam os gritos da ventania lá fora.
Mesmo assim tenho que sair.

E fui à busca de quem eu sou.

Mas não seria tão simples,
Como realmente é,
Se você não estivesse aqui.
Provavelmente sucumbiria ao frio,
Ao medo,
A impotência.
No entanto, muitas vezes,
Seus olhos disseram o que eu precisava ouvir,
De mim mesmo,
Mas eu só poderia dizer
Quando aprendesse o nosso idioma.

Exercitamos a fala pura dos anjos
Sem dissimulações,
Sem protecionismos,
Sem barreiras.

Nem sempre foi fácil
Mas estamos acertando a pronúncia.

E saímos...
E fizemos nosso abrigo
E a ventania bate...
Porém os alicerces são firmes

E dentro do nosso abrigo
Ignoramos o mundo
Demos de ombros a nevasca
E nas noites mais frias
Brincamos sobre o tabuleiro da vida
Sabotamos o jogo sujo do destino
Plantamos nosso jardim de luz
E regamos com carinho
as flores que talvez um dia morressem

Criamos um universo próprio
E moldamos nossas estrelas.
Em suma,
Materializamos o infinito
Quando "coisificamos" nossas sensações
Em dois frutos de carinho
Cobertos da aura mais pura de amor.

Esse poema foi assinado com algumas lágrimas.

Trata do meu casamento, das dificuldades de iniciar uma vida a dois com apenas 18 anos e um filho (que depois se tornam dois, como o fim do poema mostra). Na verdade os cépticos também amam.



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