
Fechar o círculo
Data 28/06/2007 15:24:27 | Tópico: Poemas
| Fechar um ciclo, enclausurar num círculo qual circo emulado de vestais em chamas.
Em arena genésica, ser fera enjaulada domada em flecha e arco, no grito e no chicote, à voz que te endeusa e te proclama.
Aferrolhar num círculo, archotear de negro a alma na conceptibilidade cinestésica do ventre em agitação na adrenalina pastosa da paixão.
Estancar a palavra que se solta, que liberta, flutua em ti, na procura assíncrona do toque, da tua mão, em urgência, exaltação. De um aporto, de um amparo de raiz, à arvore despida de corpo.
Na tua pele, na epiderme d’ostras acobertadas no vinil das águas. Povoadas de ternuras e saudades.
As nossas tardes a tua voz soprana aos meus ouvidos. Soberana.
O explodir cósmico, um a um, e todos ao mesmo tempo, dos sentidos, em sinfonias bernardas de vento. Descomprimidos.
Agrilhoar o ciclo, no desmiolo pálido do verbo, no esvaziar côdeas misantropas por dentro. Em mim. E nos ribeiros a escorrerem-se lentos, ensanguentados de lama, em avenidas e rotundas solares.
Fechar o círculo, cerrar a língua ávida de ti, no encerramento crepuscular das mandíbulas, dos maxilares, de bocas epitáfias, tumulares.
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