Não sei onde está a minha alma! Saiu do meu corpo Desligou-se de mim… Procurei-a nas vielas sombrias Nas montanhas íngremes da agonia Nos muros da inquietação Perguntei se a tinham visto Me disseram que sim Que estivera lá Mas saiu apressada Para afogar as lágrimas No mar da frustração.
Corri ao encontro dela Tentei a todo o custo encontra-la Mergulhei nas águas geladas Do rio do desespero Mas em vão… Não consegui encontra-la. Desolado, voltei para casa E cai na cama… Completamente arrasado Não conseguia adormecer Apesar do cansaço Que me consumia o corpo Não parava de pensar e me interrogar Por onde andaria a minha alma? Porque fugiu de mim? Ao fim de muitas e muitas horas Adormeci E sonhei com ela Com a minha alma.
Então nesse sonho Falou comigo, e me disse Porque fugiu de mim Porque abandonou o meu corpo Disse-me então a minha alma: Sabes? Estava cansada de viver triste Num corpo magoado, desiludido Destroçado Decidi então, fazer uma viagem. Conhecer novos caminhos Novos estímulos Trazer comigo força Energia, determinação, coragem... E acima de tudo Muita paz e amor.
Agora, rejuvenescida Volto para casa Para que não mais Este corpo que me sustenta Fique triste, magoado, desiludido E volte de novo a sorrir E ser feliz.
Gil Moura
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