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 Partilha (Armistício dos sapos) Data 10/11/2009 05:25:38 | Tópico: Poemas
 
 |  | Meu caro sapo que vive na margem direita da poça d’água maravilhosa,
 em terras de Araribóia
 
 Como sabes, a poluição anda a solta
 E prova maior, se é que é necessária
 mais alguma prova, é o crescimento
 desenfreado das gigogas no canal da
 República dos Estados Unidos da Barra
 
 Macaco prego anda comendo banana de
 Dinamite... Há quem ria, eu sei, mas é verdade
 Do desaparecimento dos insetos então já
 nem se fala. Borboleta anda tão escassa...
 Mas a fome, xará, é a pior das desgraças
 
 Por isso venho propor: Já que estamos
 De olho na última que restou, vamos
 dar um tempo neste clima de terror
 que a guerra deixou, e dividir a bóia
 
 Tu ficas com o corpo, não me importo
 Eu levo a alma e as asas, e saio de fininho
 Enquanto enches o bucho, que sorte!
 Eu tiro uma onda de bonzinho...
 
 Primeiro faço ar de anjo que nunca
 faz trapaça... Depois vôo direto para
 além mar, e como aquela grilinha palhaça...
 
 Assim que ela sair das sombras
 de braços abertos, e ameaçar
 dar um pulo na grama do jardim
 que fica naquela casa defronte à praça
 
 
 Rudá
 
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