SILÊNCIO, VOU ESCREVER

Data 12/11/2009 20:06:45 | Tópico: Poemas -> Desilusão

Silêncio, não vou cantar o fado vou escrever
O quê, de quê, qual o motivo, também não sei,
Não sei se vale a pena, ou se alguém vai ler
Palavras frases ou rimas que eu assassinarei.

Mas a caneta chama por mim, não posso dizer não
Vou ao mais profundo de mim mesmo e nada vejo
Pergunto, como escrever algo sem ter inspiração
Escrever por escrever não é a verdae que desejo.

Na verdade se eu escrever não há diferença
Com tudo aquilo que escrevi sem importância
A minha inteligência marca a sua ausência
A minha poesia é flor morta, sem fragrância

Escrevo, como sei, sem pretensão passo o meu tempo
São alguém me lê podem crer que é tempo perdido
Se para mim escrever não é que um passatempo
Para os que sabem escrever, me ler é descabido.

Mesmo a minha caneta começa a estar cansada
Perdeu a paciência, não escreve não tem tinta
Vou então ficar por aqui, nada disse, não disse nada
Vou tentar fazer pintura, se a ingenuidade também pinta.

A. da fonseca


Este texto vem de Luso-Poemas
https://www.luso-poemas.net

Pode visualizá-lo seguindo este link:
https://www.luso-poemas.net/modules/news/article.php?storyid=106834