Olho o universo de mim A minha essência As minhas inquietudes. As escadas do paraíso A luz ao fundo do túnel Que julguei ver Que julguei sentir Tudo se desmoronou, ruiu Como um castelo de cartas.
Sombras pairaram em mim Ofuscando a minha lucidez Confundindo as minhas emoções Baralhando o meu sentir Num universo de sensações Se misturaram Transformando-me Numa manta de retalhos Num meteorito fragmentado Que se diluiu Se desfez em pó Desaparecendo no espaço sideral No universo de mim.
Hoje, vagueio Nas minhas incertezas Nas minhas inquietações No meu universo imperfeito Na minha fragilidade. Nesta travessia de mim Me vou reencontrar Vou construindo o meu puzzle A minha identidade E emergir Desta complexidades de emoções Desta explosão de equívocos Que me absorviam Não me deixavam raciocinar.
Renascerei das cinzas deste cadáver Que jazia putrefacto Dentro de mim. Renascerei sim Das cinzas da minha morte.
Gil Moura
|