Noite pacífica

Data 16/11/2009 16:48:30 | Tópico: Poemas


Percorri caminhos incertos, bagagem intemporal,
vestido de estrelas e constelações,
adornado com a espada em chamas,
quebrado incessantemente nas ondas da costa abrupta.

Há abismos lá em baixo, onde habitam os demónios,
a obscuridade intensifica-se e o meu sangue gela,
uivos escutam-se na folhagem murcha,
é Outono, o Inverno não tarda a chegar,
as primeiras neves cobrirão subitamente a minha alma,
e tornar-me-ei cajado dos peregrinos.

Hoje a chuva não me larga, cai lenta, mansa,
lança-me num transe sem descanso.
Hoje a noite não vem, o sono não me dá alento,
comunico contigo, através dos sinais dos sentidos,
o prazer chega na chuva e na noite,
que beijam nossos corpos nus,
abraçados, molhados, na noite pacífica.



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