
Arcas de Natal
Data 20/11/2009 11:26:42 | Tópico: Poemas -> Natal
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Arcas de Natal [poema em sístole chuva e em diástole uva]
Na água da chuva que a tudo arrasta Folhas, papéis, pedras, areias A primavera que ao verão anuncia Mais uma estação, de vidas e histórias Em meio a tanta tragédia ambiental
Antes que se ergam novas moradas Se refaz o espírito humano no Natal No encontro, vinho e pão, águas passadas Nos caminhos que se cruzam Rotas descobertas ou esquecidas Segue a vida, no relógio ritmado, atam
Almas solitárias ou solidárias Nada mais sublime Do que encontrar a paz deste momento De pastores da montanha mais íngreme Aos moradores do recanto
São escritos, pergaminhos como folhas soltas ao vento Nos terminais longínquos onde passa a nave vagão Conduzindo os seres para a derradeira estação Como quem anuncia a chegada de um Deus inda menino.
Na mesa posta, a família, a ceia Na oração do Verbo, silêncio, veneração e fé Da lembrança, abraço e do presente até O Natal tem o poder de renascer, de tecer o fio, de fluir o sangue, veia [da grande teia humana]
AjAraújo, poema escrito em 24/12/2008.
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