
DE SENTINELA À JANELA DE MEU QUARTO
Data 20/11/2009 18:06:02 | Tópico: Poemas -> Alegria
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Numa noite com esta todos os gatos são pardos, e à luz ténue de um candeeiro de rua pode-se observar como eles correm atrás das lagartixas que percorrem o muro, de uma a outra ponta da divisória.
Os muros são todos caiados de branco, daí a visibilidade se tornar maior a quem perscruta. Junto da luz intensa que emana dos candeeiros insectos voltejam como loucos e os morcegos mergulham com seu radar em direcção ao alimento.
Um louva-a-deus metamorfoseia-se de rosa, no jardim logo abaixo de minha janela e em reza espera imóvel a sua próxima vítima. Logo que a alcança, num golpe de milésimos de segundos, dirige-se à cabeça do oponente, para travar logo aí a luta sem prejuízos para a sua integridade.
Leves breves chilreadas de pássaros abundam a espaços na noite, pousando de árvore em árvore. Enquanto humanos se passeiam com seus cães de estimação, tratando-os bem e deixando-os correr em perfeita galhofa canina.
E nesta miríade de sons e de observações, dou por mim a escrever este poema, em prol da natureza, que tanto me embriaga e traz-me a paz tão requisitada, em noites de lua minguante, que mal brilha no rio lá mais abaixo salpicado de estrelas e das poucas ondas que a brisa ergue solenemente.
Jorge Humberto 19/11/09
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