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Data 20/11/2009 20:31:14 | Tópico: Sonetos

O poeta aos meus olhos

Olho-te poeta do retiro da minha existência
Tento sondar-te o fundo da alma em turbilhão
Tento decifrar as dores, que te mataram de paixão
Diz poeta, será que te olho com clarividência

Ou será que é apenas difusa pertinência
Ai de mim aprendiz das palavras, guardião
De poetas doutras eras que moldaram a razão
Tu, Bocage, rei e pedinte, sonho e essência

Peço licença para te tomar os feitos
Para te cantar em trovas singelas, sim
Guia a minha pena, ensina-me os acertos

Mostra-me o caminho que me eleve a ti
Guia os meus passos por alamedas de jasmim
Que o poema se enleve em tudo o que aprendi

Antónia Ruivo
Inicio de um ciclo de vinte sonetos dedicados à vida e obra de Manuel Maria Barbosa Du Bocage.

Manuel Maria de Barbosa l'Hedois du Bocage (Setúbal, 15 de Setembro de 1765 — Lisboa, 21 de Dezembro de 1805), poeta português e, possivelmente, o maior representante do arcadismo lusitano. Embora ícone deste movimento literário, é uma figura inserida num período de transição do estilo clássico para o estilo romântico que terá forte presença na literatura portuguesa do século XIX.http://pt.wikipedia.org/wiki/Manuel_Maria_Barbosa_du_Bocage



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