OLHANDO AS MAGNOLIAS
Na manhã, e na harmonia duma tela onde pinto as caricias, o teu beijo de madrugada.
Que manhã com cheiro a jasmim, salpicadas de margaridas de flautas e ondulando num esvoaçar de colibri.
Nas trevas aclaradas de cheiro e beija-flor nessa miragem estavas lá no ontem entre a laranja e o mel entre o sossego e corais imaculados de bordados e marfim, estavas lá, senti o teu intenso sangue na neblina do teu poema.
A tua loucura preenche o meu ventre de palavras que escrevo no azul dum sonho feroz.
Não sentes a seda em desalinho na cama redonda onde te despi e te pensei amar? Não, não deves sentir porque o teu deserto é onde respira o silencio duma flor...
Ah poeta acrobata da vida feiticeiro de buzios e conchas o teu desalinho incendeia os seios fartos do meu corpo, numa maré de linho e cristal.
Deitas-te na nuvem numa caricia abandonada rente ás mãos que tocam a pele, a tua pele nos lábios inchados de beijos e ninfas em perfeito movimento.
Num sobressalto, eu espero que a madrugada te acorde para mim...
Amália LOPES
1 SETº 2009 [center] [/center]
|