poemas de água

Data 26/11/2009 02:54:42 | Tópico: Prosas Poéticas


água que me desliza nas veias da emoção diluída.
inunda-me em transparência e mata-me a sede do ver mais ainda.cega-me a claridade e fecho olhos. sinto o calor da lágrimas engolidas,sal em todo o meu corpo de ondas espumado, vida que se abate com força sobre o cais do meu peito em pedra.no pescoço tenho um caminho apertado por onde desagua um pequeno rio de palavras abafadas pelo som do mar imenso.e pelos meus braços,mãos,e finalmente dedos,desce uma cascata em formigueiros de chuva ,qual interminável monção que me encharca os músculos,os ossos, os gestos pensados,quase ensaiados num mero desejo.assim me afogo às vezes,incolor,como um pássaro bêbado que só sabe voar e vive apenas por segundos intermináveis na terra molhada,escassos charcos,poças rasas. caminho lenta na lama enquanto morrem poemas que não sabem,nunca poderiam, nadar.
são lágrimas,poemas de água.


Este texto vem de Luso-Poemas
https://www.luso-poemas.net

Pode visualizá-lo seguindo este link:
https://www.luso-poemas.net/modules/news/article.php?storyid=108592