SEDE DE GUERRA (1991)

Data 26/11/2009 21:28:40 | Tópico: Poemas

SEDE DE GUERRA

Há muitas coisas que urge serem feitas
Há muitos passos para serem dados
Há muitos seres humanos mal amados
Há muitos caminhos mas a estrada é estreita

Nos teus olhos vivos de ansiedade
No sonhado fulgor da adolescência
Leio neles ainda um grito de clemência
Sonho instante da maltratada Bagdad

Já lá vai tempo, ah quanto vai
Da minha retina esse olhar não se esfuma
As bombas contei-as uma a uma
Monumento à desumanidade que não cai

Para a posteridade pois o simbolo
Do ódio absurdo e visceral
Ditado por razão não racional
Para o futuro o mais triste evento

Clamor de revolta ao mau senso
Á luciferina sede de guerra
É urgente pôr-lhe termo nesta terra
Contra o ódio, outro ódio se ergue tenso

A tua imagem jovem fica inscrita
Naquilo que é a minha humanidade
Homem feito que serás, ama a verdade
Sobre ti não caia mais a desdita


Antonius

(A quando da 1ª guerra do Golfo)


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