A Chave

Data 01/07/2007 19:43:46 | Tópico: Acrósticos

À beira de um caminho
Ladeado de malmequeres
Descansei as emoções
De uma vida inteira

Ninguém me viu esperar
Nos anos feitos de espera
Nem mesmo eu
Que tanto procurei e lutei…

Caminhei numa estrada
Que eu própria construí
Como outra coisa qualquer
Sem nunca ter percebido
O lugar
Daquelas pedras gigantescas
Ali espalhadas

Nunca encontrei a Chave
Que poderia abrir o Cofre
Dos sentimentos repisados
Da solidão interior
Dos meus medos…

Mas agora
Que estou para aqui sentada
A descansar as emoções
Olho para essa Chave
Que descansa na minha mão

Que farei com ela?

Talvez a atire
Às águas frias e profundas
Do meu oceano
Para sempre perdida!
E o Cofre
Dos meus sentimentos
Não voltará a fechar-se

Levanto-me do caminho
Ladeado de malmequeres
E sorrio…

Manuela Fonseca



Este texto vem de Luso-Poemas
https://www.luso-poemas.net

Pode visualizá-lo seguindo este link:
https://www.luso-poemas.net/modules/news/article.php?storyid=10892