
Modernidades (Ode)
Data 30/11/2009 15:27:06 | Tópico: Poemas
| neste jardim tridimensional pronunciam-se palavras amontoadas, no sacramental gesto numeral. trazem um milhão de recados ao segundo sussurrados ao ouvido repercutindo o sonho de Bell por gerações e sempre e sempre… …Já vamos a 3G; pda; iphone.
ver, ouvir, falar, teclar, sentir de perto o tão doce toque das expectativas premir mágicos botões de múltiplas funções qual lâmpada de Aladino!
e nesta roda-viva desenfreada que tudo se eleva para se ser e estar ” in” Interrompe-se o sossego em nome do frenético quotidiano “VIP”. ressoam implacáveis toques desfilam designs com materiais ao grito da moda prometendo serem recicláveis, amigos do ambiente para abraçarem o abraço da futilidade com laços de novidade.
Já que o tempo sem tempo para ter tempo grava na retina SMS despersonalizados com dialéctico “Ks” e “Xs” em formato virtual “ mais-que-perfeito”. Interface sem face a fazer as delícias dos mais descuidados, ao pagarem a factura de valor acrescentado.
Ai! como é bom sentir na pele a carne dos afortunados escolher confuso tarifário de slogans apelativos: “now”; “vive o momento”, “até já” e eu não consigo esperar…
…um momento por favor Vou ter que atender e fazer uma ligação.
Alô?? TRIMMM-TRIMMM! Polifónico! ecrã a cores de alta definição Alô !soberano do Mundo-meu! das epopeias da comunicação…!
tudo o que És contem o que meu coração não alcança o que meus lábios não sabem beijar o que as minhas mãos não aguentam. Oh! pudera eu ser tua semelhante ! andar nas bocas do mundo nas promessas dos amantes no fervor das alegrias em todas…todas as equações da vida. Oh! como te odeio odeio-te por te querer tanto, embora odiando-te celebro-te todos os dias. rendida à hipnótica modernidade que És evolvida nos impulsos dos teus magnéticos fios com que teço o meu canto. no sémen que escorre na minha mente desvairada na saliva da minha alma alucinada viciada escrava de mim? de Ti? mas não arrependida - jamais ! apenas lamento… a minha voz rouca, magoada destas poucas palavras que te aclamam.
Inspirado na “ Ode Triunfal”
"... sobre mim teve, porque tudo tem influência em mim..." Fernando Pessoa
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