Mar Povo

Data 01/12/2009 16:44:56 | Tópico: Poemas




Mar Povo

Ó povo que és só meu,
diz-me porquê só me chama o mar,
nas mais noites obscuras,
porque molda meu caixão em ondas e maresia.

Porquê ó povo meu,
uma canção vadia ecoa nos céus,
a amargura não me larga, nem o medo, nem a saudade.

Deita-me em ti, meu povo,
adormece-me estas pálpebras do cansaço.
Sou teu agora, meu povo,
Em exorcismos de urzes e alecrim,
roupa lavada nos ribeiros.

Povo meu, povo meu,
canta-me uma dor, um bálsamo que me cure.
Incensos te devoto e chamas de sangue,
maresias de perfumes e flores silvestres.



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