Prenúncio de um uivo

Data 01/12/2009 21:35:24 | Tópico: Poemas



Prenúncio de um uivo

Anda, vem comigo, transcende-me no caminho,
a água dos regatos já se estagnou,
o sangue gélido penetrou-me os lábios negros.
Amedrontam-me as tempestades,
e o prenúncio delas.

Chuvas doentes caem sobre mim,
sacudo as lágrimas dos alguidares já sagrados,
busco águas límpidas nas fontes,
rio-me dos relâmpagos na sorte maldita do mar.
As areias beijam-me os pés,
lavam-mos com o perfume de rosas e de sal.

Louco, insano, imperador do vento mascarado,
infame néctar que me vendes-te.
Nas águas profundas oceânicas, nereidas gritam.
Nas águas pisadas, secas, queimadas.
Nas águas, no vento.
No ar que uiva, alto, que chama, na noite, por mim.



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