SONETO

Data 02/12/2009 09:14:39 | Tópico: Poemas

As barbas postas de molho.
O olhar perdido, à míngua.
O verbo some da língua:
Só sei o olho-por-olho.

O verso que não recolho,
Machuca mais do que íngua.
A rima, se vem, xingo-a
E tranco-me com ferrolho.

Dos que passam, faço pouco.
O meu cinismo se ativa.
Acostumei-me a ser louco.

Ao Rei de Paus digo: - Viva!
Bato no ar, dou-lhe um soco...
E sigo só, à deriva.

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júlio,
in Liturgia dos Náufragos


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